ESTOU DE VOLTA

2018/ 1h40min 

Comédia/Sátira

DIREÇÃO:     Luca Miniero

TÍTULO ORIGINAL: Sono Tornato                ITÁLIA

ELENCO:  Massimo Popolizio (Benito Mussolini) Eleonora Belcamino (Francesca) Stefania Rocca (Katia Bellini) Frank Matano (Andrea Canaletti) Gioele Dix (Daniele Leonardi)

SINOPSE E DETALHES

Após 70 anos da sua morte, Mussolini reaparece em Roma, um pouco confuso e horrorizado ao ver a decadência do país. Um repórter, que acredita fielmente que ele é um sósia, o ajuda a começar uma nova carreira na televisão como comediante, apesar dele afirmar que é o verdadeiro Mussolini e que suas intenções continuam as mesmas.

ATENÇÃO: A RESENHA CONTÉM SPOILER!!!

Este filme tem um roteiro adaptado de uma idéia fantástica, fosse ela original. Mas mesmo assim, é um ótimo filme que nos traz a vontade de refletir.

                Passados 70 anos de sua morte, Benito Mussolini retorna, e está totalmente decepcionado com o que considera a decadência da Itália, ao se deparar com homossexuais e várias outras raças desfilando por sua grande Itália.

                Um repórter o encontra e apresenta-o a uma emissora de TV, achando este ser um cômico, e querendo explorar essa ideia inicia uma volta pela Itália com ele, na intenção de fazer um documentário.

As publicações iniciais têm o seguimento de mais de um milhão de pessoas, a recém empossada diretora da TV, resolve investir no personagem. Com o resultado atingido pelo aumento da audiência, Mussolini ganha cada vez mais espaço.

                Seu discurso é o mesmo, enaltecendo as máximas fascistas, mas visto como piada por muitos e como se fossem ideias inovadoras a serem seguidas por alguns, vai conquistando cada vez mais espaço.

                Sempre em busca do acréscimo de pontos na audiência, a diretora (Belini) investe cada vez mais no personagem. O repórter que o descobriu, apresentou-o a emissora e por isso lá ganhou um cargo, Canaletti, é seu amigo inseparável.

                Tudo corre bem, até que Mussolini revela mais de sua face, quando durante uma filmagem é mordido por um cão, e não hesita em sacar sua arma e mata-lo.

                Temos então uma sequência de falta de ética e de uma moral duvidosa escancarada.

                Numa reunião de pauta, uma única voz discorda do uso do personagem, afirmando que estão defendendo as mesmas ideias dos fascistas com o uso do personagem. Como os números são bons, ela é demitida. O vice-diretor, de olho no cargo de Belini, decide vazar o vídeo do assassinato do cão, causando a demissão de Belini e o afastamento de Mussolini da emissora.

                Canaletti, seu principal apoiador, acolhe-o no apartamento da namorada, até que a avó desta, uma personagem tomada pelo Alzheimer, tem um único momento de lucidez, e profere as principais falas do filme, reconhecendo Mussolini e descrevendo todos os horrores que sofreu, por ser judia, e reforçando, que da primeira vez, setenta anos atrás, todos o acharam cômico também. Canaletti convence-se de que ele realmente é Mussolini e também o abandona.

                Enfim, Belini, demitida, forja uma história, de que Mussolini foi espancado por defensores da causa dos animais, une-se a ele e partem para a emissora concorrente, num show em que se promove o perdão. O filme termina com Belini e Mussolini desfilando por Roma, em carro aberto, sendo saudados por alguns, no tradicional cumprimento fascista.

                Quando disse que a ideia não era original, é porque este foi baseado em um outro filme de 2015 , alemão do diretor David Wnendt, “ Eles está de volta” que trata do ressurgimento do próprio Hitler , 70 anos após sua morte.

Interessante refletir sobre essa ideia, e sentir que mesmo 70 anos não foram suficientes para erradicar tudo de podre e horrível dos pensamentos fascistas, pelo contrário, voltou a se enaltecido e ganhar um grande destaque em algumas midias. Sinto-me triste por fazer uma relação deste filme e nossos tempos atuais no Brasil.

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