CIDADE DO SILÊNCIO

Lauren , uma jornalista do Sentinel, de Chicago é enviada para uma cidade da fronteira , Juarez, no México para fazer uma matéria sobre o assassinato de mulheres.

Acontece que baseado num acordo de livre comércio, várias empresas são montadas em Juarez, na divisa com os EUA.

O principal motivo é que as empresas, americanas, japonesas ou de outros países poderosos se aproveitam dos baixos salários e quase nenhum direito garantido dos funcionários mexicanos, distantes apenas alguns quilômetros dos EUA, onde tudo isto seria mais caro.

Aproveitando-se ainda mais do machismo enraizado na cultura mexicana, preferem contratar mulheres, porque aceitam salários ainda menores, longas jornadas de trabalho e reclamam menos. Como um bônus, comumente costumam ser assaltadas, estupradas e mortas no caminho do trabalho ou na volta deste para casa.

Lauren constata isso e mais: a repressão ao trabalho da imprensa local e a maquiagem dos dados sobre a violência às mulheres.

Após fazer a matéria, entrevistando uma rara vitima que sobreviveu ao ataque, constata também uma censura ao seu trabalho, patrocinada pelos políticos americanos ligados aos grandes grupos empresariais que se aproveitam da exploração do trabalho dos mexicanos. Não interessa à estes uma propaganda negativa sobre um tratado que rende tanto dinheiro.

Chama a atenção a justificativa do chefe de Lauren para a não publicação da matéria: “O jornalismo informativo, com grandes investigações acabou. O que interessa agora são as grandes corporações e o entretenimento.”

Seria bom que isso não fosse verdade, e que reportagens chamassem muito mais atenção para casos como estes, que podem ser considerados como uma semi escravidão.