ELENCO: Gael García Bernal (Maziar Bahari) Shohreh Aghdashloo (Moloojoon) Kim Bodnia (Rosewater) Golshifteh Farahani (Maryam) Claire Foy (Paola Gourley)
Sua viagem era para cobrir as eleições presidenciais iranianas. Mas uma suspeita de espionagem e comunicação com a CIA põe o jornalista Maziar Bahari contra a parede em um brutal interrogatório de 118 dias.
ATENÇÃO: A RESENHA CONTÉM SPOILER!!!
Um filme que fala do sofrimento de um jornalista, Maziar Bahari.
Bahari é um jornalista iraniano que vive em Londres e é enviado para o Irã para cobrir as eleições de 2009 , entre o radical Mahmoud Ahmadinejad, atual presidente e apoiado pelo aiatolá e Mehdi Karroubi, um reformista.
Bahari está casado, sua esposa grávida e preocupada com sua viagem; ele porém responde a ela:” Apenas uma semana, cubro as eleições, vejo minha mãe e retorno”.
Logo após chegar ao Irã, que trabalha para a revista Newsweek, Bahari contrata um motorista ligado aos reformistas .
Este o leva de encontro aos seu amigos, onde grava alguns takes, todos favoráveis aos reformista .
Bahari grava também uma entrevista satírica com o diretor do filme , John Stewart , do Daily Show, um comediante americano que se apresenta na entrevista como correspondente espião.
Após as eleições, com o pronunciamento do resultado, iniciam-se os protestos, chamados de Revolução Verde, uma relação com a cor do candidato. Segundo o resultado, Karroubi não venceu nem na cidade onde nasceu e morava, e com os fortes indícios de fraude, o povo se revolta , ateia fogo a pneus, massas se reúnem para protestar, e o governo usa da sua habitual truculência, atirando em civis e reprimindo o que vê pela frente.
Bahari filma algumas cenas desses protestos, e estas acabam sendo enviadas para a CNN.
Isto é o suficiente para no dia seguinte , ele ser detido, seus pertences vasculhados, algumas revistas ocidentais consideradas pornográficos bem como sua coleção de filmes e músicas, todos ocidentais.
Levado para o presidio, é torturado por 118 dias , acusado de ser espião e trabalhar para o Grande Satã , mentindo para desestabilizar a ordem reinante no tranquilo e democrático Irã.
Destes 118 dias passa 97 numa solitária, e sempre é vendado . Quando seu torturador aparece, ele apenas sente o seu perfume, de onde vem o título original, Rosewater.
Seu pai e sua irmã foram mortos por outros regimes , à época por serem comunistas. Ele está sendo acusado de ser um espião aliado do grande Satã e sua tortura é muito mais psicológica do que física, apesar de ser espancado mesmo quando aceita gravar para a televisão iraniana.
Com forte pressão da mídia americana e mundial, muito dela feita pelo próprio Jon Stewart ele é solto e retorna para casa , onde consegue acompanhar o nascimento da filha.
Uma forte demonstração da ausência da liberdade de expressão, dos ataques aos direitos humanos e todas as outras atrocidades cometidas por essas pessoas guiadas por fanáticos religiosos, que eu tanto desprezo.
Bahari escreveu um livro sobre suas memórias : “Then They Came for Me: A Family’s Story of Love, Captivity, and Survival” , Então eles vieram para mim: uma história familiar de amor, cativeiro e sobrevivência , numa tradução literal.
Após seu retorno deu uma entrevista para o comediante Jon Stewart, tornaram-se a amigos, escreveram juntos o roteiro e Jon resolveu estrear na direção de filmes com este.
Bahari tem ainda dois projetos, um sobre proteção para jornalistas iranianos, https://journalismisnotacrime.com