Devido à enorme quantidade de partidos, foram divididos em grupos para uma melhor analise.

                Começaremos apresentando um quadro com os dados da arrecadação do fundo partidário, e suas representação nas câmaras e no executivo:  governadores, senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores. A coluna % representa a percentagem do total geral de todas as categorias.

                Neste grupo apresentaremos os 7 maiores, em arrecadação (Juntos tem 52% dos recursos do fundo partidário) e em representação (Juntos tem 70% dos governadores, 60% do senado e 54% da câmara) .

                Curiosamente, em 2017, caso fosse imposta a cláusula de barreira, teríamos apenas 7 partidos hoje, porém o STF (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL) decidiu que isso feria as minorias, e liberou a farra dos 33 partidos.

Comecemos então pelo PSB (PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO), de número 40.

                Seu site www.psb40.org.br. Seu lema Socialismo e Liberdade é o mesmo do Psol, aliás, seus ideais políticos são muito parecidos. Não fosse o fato de todos quererem ser o cacique, poderiam ser um único partido.

                Fundado em 1985, por um grupo de intelectuais e políticos como como Antônio Houaiss, Rubem Braga, Joel Silveira, Evandro Lins e Silva, Evaristo de Morais Filho e Marcelo Cerqueira, com a ideia de aproveitar alguns ideais do partido extinto pelo golpe, porém sem ser um agrupamento de intelectuais como o antigo, e que atingisse mais as massas. Não conseguiu esse feito, até que em 1990, Miguel Arraes aderiu ao partido.

                Ex-governador de Pernambuco, mostrou sua força em várias eleições, onde a maioria dos eleitos era do Nordeste e principalmente de Pernambuco. Acabou dominando o partido, e sempre aliado de Lula, no PT, não seria exagero dizer que o PSB era como uma filial do PT no Nordeste, mais especificamente em Pernambuco, onde Arraes mandava.

                Arraes faleceu em 2005, e neste mesmo ano, seu neto Eduardo Campos assumiu o partido. Eduardo manteve a proximidade com o PT de Lula, sendo Ministro de Ciências e Tecnologia deste governo entre 2004 e 2005.

                A parceria PT-PSB continuou até 2013, quando decidiu candidatar-se a presidência contra Dilma, do PT. Apresentava-se então como um forte candidato, aliou-se a Marina Silva, até que uma tragédia pôs fim ao sonho. Faleceu em um acidente aéreo em 2014.

                Com sua morte, o partido ficou sem uma liderança nacional, mas obtendo ainda bons resultados. Em 2018, não aderiu à campanha do PT, porém, proibindo seus filiados de votar em Bolsonaro, acabou fazendo com que sua grande maioria apoiasse o PT.  O que era quase um casamento, virou guerra na disputa pela Prefeitura de Recife em 2020.  

                Marilia Arraes, do PT, neta de Miguel Arraes, enfrentou seu primo João Campos do PSB, filho de Eduardo Campos, bisneto de Miguel Arraes. O Poder de Recife estava em jogo, e após o tiroteio eleitoral entre os dois, João Campos venceu.

                O atual governador de Pernambuco, Paulo Câmara, também é do PSB. Foi secretário de Eduardo Campos no governo de 2007 a 2014.

                Aguardemos para ver para onde irão as alianças em 2022.

Passemos então para o PSD (PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO) de número 55.

Fundado em 2011, por Gilberto Kassab, que segundo o site: https://psd.org.br/, decidiu criar um novo partido político no Brasil. O rumo já estava delineado: seria um partido de centro, moderno, livre de dogmas e ideologias superadas, atento ao que realmente traz desenvolvimento econômico e social.

Kassab, que já foi deputado eleito pelo PL mas mudou para o PFL, depois DEM, abandonou seu cargo de deputado federal para ser vice-prefeito de Serra do PSDB. Como este afastou-se para disputar o Governo do Estado, assumiu a Prefeitura de São Paulo, da qual havia sido secretário no Governo Pitta, cria de Paulo Maluf.

Disputou e ganhou a reeleição para a Prefeitura de São Paulo, vencendo Marta Suplicy, então, do PT. No meio do mandado, criou seu partido, assim já ganhando uma forte prefeitura.

Após sair da prefeitura foi nomeado Ministro das Cidades de Dilma Roussef, do PT.Com sua queda, assumiu o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações do Brasil no governo Temer, do PMDB. Com o fim deste, assumiu a Secretaria da Casa Civil no Governo Dória, do PSDB, porém com seus 37 deputados, negocia com Bolsonaro indicações a cargos e gordos orçamentos dentro de seu governo. Enfim, é um mago da política transitando em todos governos, de todos partidos. Com muita habilidade, fez seu partido do nada ser um dos maiores. Muita habilidade, nenhuma fidelidade, uma hora a casa cai, ou não…

Vamos ao PP (PROGRESSISTAS) de número 11. Fundado em 1993, surgiu de uma fusão entre o PST (PARTIDO SOCIAL TRABALHISTA), de Álvaro Dias e do PTR (PARTIDO TRABALHISTA RENOVADOR) de Esperidião Amim. Em 1995, houve uma nova fusão, agora com o PPR (PARTIDO PROGRESISTA REFORMADOR) de Paulo Maluf, tornando-se PPB, depois PP e agora PROGRESSISTAS.

Caso queira perder tempo, leia no seu site:  https://progressistas.org.br/ .

Ou você pode ler este breve resumo e tirar suas conclusões. Desde a redemocratização, participou de todos os governos, gerando até uma incrível dobradinha Lula-Maluf. Apoio Dilma (PT) na campanha, e em 2018, apoiou Geraldo Alkimin (PSDB). Partido conhecido por negociar cargos, ministérios e orçamentos em qualquer governo, foi o campeão de indiciados no escândalo do Mensalão e garantiu o título também entre os indiciados da Lava Jato. O atual Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, é do PROGRESSISTAS e passou a integrar a tropa de choque de Bolsonaro. Um partido onde Paulo Maluf foi um de seus maiores líderes, dispensa apresentação.

Agora vamos ao pitoresco PSL (PARTIDO SOCIAL LIBERAL) de número 17.  Site www.psl.org.br.

Fundado pelo empresário pernambucano Luciano Bivar em 1994, era mais um dos partidos nanicos totalmente desconhecidos. Chamou um pouco de atenção em 2013, porque Bivar, seu fundador e presidente até hoje, se auto incriminou, dizendo que pagou para a CBF convocar um jogador do Sport Recife, (do qual também era presidente). Outra grande luta de Bivar pelo povo, foi levar ao STF o caso para se decidir quem era o verdadeiro Campeão Brasileiro de 1988, seu Sport ou o Flamengo.

Porém, em 2017, Bolsonaro precisava de um partido para concorrer, pois havia deixado o PSC. O acordo pareceu um contrato de aluguel do partido, pois Bivar se afastou da presidência do partido, e o Capitão nomeou Bebiano, seu então fiel escudeiro como presidente do partido e condutor de sua campanha eleitoral. Na base da arminha e com Deus acima de todos, o PSL teve 11,6 milhões de votos para deputados federais, um crescimento de 1.341% em relação a última eleição, quando teve 808 mil votos.

O recurso do fundo partidário passou de R$ 12.852.316,03(2017 e 2018) para    R$ 185.054.260,02 (2019-2020). Tudo ia bem, até Bolsonaro e Bivar se desentenderem e o Capitão sair do partido.

Alguns filiados se desentenderam com Bolsonaro, mas a grande maioria permanece fiel ao chefe. Bolsonaro tentou criar um partido, mas não teve sucesso. Caso tivesse conseguido, haveria uma debandada dos filiados para este. Pensando nas eleições do ano que vem, está “namorando” alugar outro partido. Patriota e PMB estavam felizes pelo namoro, mas recentemente, houve uma sinalização de que o PSL quer seu antigo amor de volta. Bivar fez algumas concessões nas mesas diretora da câmara, e talvez o Capitão volte.

O futuro do PSL está nas mãos do Capitão. Se voltar, se mantém entre os maiores. Senão, volta a ser nanico.  O problema é que Bolsonaro quer mandar no seu novo partido, e Bivar reafirma que é o dono. Esse é o resumo da ideologia do ex, talvez futuro partido do presidente.

Chegamos ao MDB (MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO) DE NÚMERO 15.

Seu site: https://www.mdb.org.br/ .  Após o golpe de 1964, todos os partidos foram extintos. Em 1966, foram autorizados apenas 2. ARENA (ALIANÇA RENOVADORA NACIONAL), representando a situação, e MDB, a oposição. E assim seguiu até 1980, com a liberação para a formação de novos partidos. Então ele ganhou o P, de partido, porém perdeu muitos quadros que saíram para os novos partidos. Perdeu também sua característica de oposição e transformou-se num partido que mesmo sem ganhar nenhuma eleição, assumiu a presidência por 3 vezes. Tudo começou na primeira eleição de um civil após o golpe, ainda indireta, quando Tancredo Neves enfrentou Paulo Maluf. Com a escolha de Maluf, José Sarney que toda a vida foi da situação na Arena, quando vencido por Maluf na escolha pelo candidato da situação, mudou-se para o MDB e ajudou a fortalecer a base que venceu Maluf. Com a morte de Tancredo, assumiu a presidência com Sarney,

Começando a falta de identidade do partido, pois seria governo pela primeira vez, porém com um representante de um partido que era rival até meses antes. Com sua péssima votação para presidente, isso mudava em relação ao legislativo, com excelentes resultados por todo o país, em todos os estados. Assim, sempre foi governo, independente de quem fosse o Eleito. Assumiu a Presidência mais duas vezes por impeachment de Collor e Dilma, com Itamar Franco e Michel Temer respectivamente.

Nesta última confirmou a frase de que “ Existem vários partidos dentro do PMDB “. No governo Dilma, por exemplo, tinha como aliado a ala de Michel Temer, e Renan Calheiros e como forte oposição a ala de Eduardo Cunha. Com parlamentares hora do sendo situação, hora oposição, uma coisa é certa: Sempre estavam ao lado de seus interesses, pessoais e do partido. Provavelmente não terá um nome forte para a próxima eleição presidencial, mas com toda certeza terá muitos eleitos e negociará bem seu apoio para quem quer que seja eleito.

Vamos ao PSDB (PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA) de número 45.

Numa dissidência do PMDB em 1988, foi criado o partido, que já nasceu grande pela adesão de vários parlamentares eleitos, grande parte deles vindo do PMDB. Mas seu grande crescimento veio quando Itamar Franco assumiu e nomeou um dos maiores nomes do partido, Fernando Henrique Cardoso, para Ministro da Fazenda. Com a aplicação do Plano Real, uma hiperinflação histórica foi vencida, e Fernando Henrique capitulou esse sucesso para sua pessoa com uma extrema habilidade, vencendo as duas próximas eleições presidenciais com relativa tranquilidade. O Partido domina o Governo de São Paulo desde 1995 até hoje, vencendo toadas disputas em primeiro turno desde 2002. Forte em MG com Eduardo Azeredo, Aécio Neves e Antonio Anastasia, e no Ceará Com Tasso Jereissati e Ciro Gomes, enquanto ele pertencia ao partido.

Conhecido com um partido em cima do muro, com uma grande dificuldade de tomar uma decisão contundente, após Fernando Henrique deixar a presidência, uma guerra entre os caciques para saber quem tomaria as rédeas do partido, acabou enfraquecendo-os no âmbito nacional. Muitos reclamam que a ala paulista domina o partido, sem dar chances para outros nomes. Recentemente a ala paulista que era dominada por José Serra e Alkimin, foi dominada por João Dória e seu sonho de ser presidente. Continua cheio de conflitos internos, em cima do muro, e com um comentarista que nem sempre agrada, mas se julga o maior de todos, Fernando Hernrique.

Sofreu algum desgaste com acusações sobre seus nomes fortes com Aécio, Serra e Alkmin, mas o povo tem memória curta. Aparentemente, João Dória é quem mais polariza contra o PT e Bolsonaro, seguindo seu sonho de ser o próximo candidato, mesmo que tenha que sair do partido.

E finalizando a saga dos partidos chegamos ao PT (PARTIDO DOS TRABALHADORES) de número 13, e site: (www.pt.org.br). Criado oficialmente em 1980.

Idealizado por intelectuais como Mário Pedrosa, Sérgio Buarque de Holanda, Paulo Freire, Marilena Chauí, Antonio Candido, Lélia Abramo, Hélio Pellegrino, entre muitos outros, em conjunto com lideranças sindicais como Lula, membros da esquerda radical clandestina, como José Dirceu e José Genoino,  e até uma ala progressista da Igreja Católica, como Leonardo Boff.

Resolveram que necessitavam de um representante que fosse do povo e falasse para o povo com facilidade. Nada melhor do que o líder do Sindicato dos Metalúrgico à época, que defendia uma greve geral, falando em cima de carros de som para milhares de trabalhadores, LULA.

Desde a primeira hora Lula apresentou-se como candidato à presidente, para fortalecer o nome do partido e torna-lo nacional. Político habilidoso, costurou alianças com todos os nomes fortes da esquerda, tendo-os como aliados quase sempre como Leonel Brizola , Miguel Arraes, Roberto Freire, Gabeira, entre vários outros. Inflou o partido com trabalhadores e sindicalistas, e até a maior central sindical do país, a CUT (Central Única dos TRABALHADORES), considerada um braço do PT. Com mão forte, uniu o partido em torno de seu nome, mesmo tendo várias divisões internas, divididas em alas como Convergência Socialista, Articulação e etc., algumas comunistas, outras socialista, outras ambas, teve o apoio da ala da Igreja Católica, dos simpatizantes da Teologia da Libertação, enfim, aglutinou todos em torno de seu nome. Fez o partido crescer, ganhando prefeituras, cadeiras nas câmaras estaduais e municipais, alguns governos, e finalmente a Presidência.

Talvez a chegada ao poder, ou o que precisou fazer para isso, tenha sido o principal fator para se aparecer mais fissuras ou rupturas do que aglutinação.

Após ser o segundo lugar nas eleições de 1989, 1994 e 1998, para assumir a presidência em 2002, tornou-se o “ Lulinha Paz e Amor “. Há essa altura, já dominava o partido e ele não era mais tão democrático, relevando-se as discussões internas. Era mais próximo de uma ditadura, onde Lula dizia, e todos seguiam.  Lulinha Paz e Amor costurou alianças antes consideradas absurdas, como com Sarney, Collor, e pasmem, Paulo Maluf!!!!!!!!!!

Com isso assumiu a Presidência, em 2003, foi reeleito, ajudou na eleição de Dilma e na sua reeleição. Porém o diabo vem cobrar de quem vendeu sua alma para ele. Ao longo do caminho foi perdendo os aliados de primeira hora, e permanecendo apenas com os duvidosos, enfrentou o escândalo do mensalão, da CPI dos Correios, vários outros até finalmente a Lava Jato declarar guerra ao Lula.

Antigos aliados o traíram e trabalharam pelo impeachment de Dilma e a Lava Jato trabalhou ferozmente para o colocar na cadeia.

Estando preso, um político medíocre, Bolsonaro, atribuiu toda a corrupção brasileira à Lula e ao PT e nomeou-se como o único capacitado a acabar com isso.  A maioria dos eleitores comprou essa ideia e o Capitão foi eleito, gerando uma das maiores polarizações políticas já vista nesse País.

Porém, tal qual uma fênix, porém com muitas manobras judiciais, Lula teve seu julgamento cancelado, tornou-se elegível e tem quase quinze meses para polarizar ainda mais até as próximas eleições. Aguardemos outubro de 2022.

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