ELENCO: Massimo Popolizio (Benito Mussolini) Eleonora Belcamino (Francesca) Stefania Rocca (Katia Bellini) Frank Matano (Andrea Canaletti) Gioele Dix (Daniele Leonardi)
Após 70 anos da sua morte, Mussolini reaparece em Roma, um pouco confuso e horrorizado ao ver a decadência do país. Um repórter, que acredita fielmente que ele é um sósia, o ajuda a começar uma nova carreira na televisão como comediante, apesar dele afirmar que é o verdadeiro Mussolini e que suas intenções continuam as mesmas.
Este filme tem um roteiro adaptado de uma idéia fantástica, fosse ela original. Mas mesmo assim, é um ótimo filme que nos traz a vontade de refletir.
Passados 70 anos de sua morte, Benito Mussolini retorna, e está totalmente decepcionado com o que considera a decadência da Itália, ao se deparar com homossexuais e várias outras raças desfilando por sua grande Itália.
Um repórter o encontra e apresenta-o a uma emissora de TV, achando este ser um cômico, e querendo explorar essa ideia inicia uma volta pela Itália com ele, na intenção de fazer um documentário.
As publicações iniciais têm o seguimento de mais de um milhão de pessoas, a recém empossada diretora da TV, resolve investir no personagem. Com o resultado atingido pelo aumento da audiência, Mussolini ganha cada vez mais espaço.
Seu discurso é o mesmo, enaltecendo as máximas fascistas, mas visto como piada por muitos e como se fossem ideias inovadoras a serem seguidas por alguns, vai conquistando cada vez mais espaço.
Sempre em busca do acréscimo de pontos na audiência, a diretora (Belini) investe cada vez mais no personagem. O repórter que o descobriu, apresentou-o a emissora e por isso lá ganhou um cargo, Canaletti, é seu amigo inseparável.
Tudo corre bem, até que Mussolini revela mais de sua face, quando durante uma filmagem é mordido por um cão, e não hesita em sacar sua arma e mata-lo.
Temos então uma sequência de falta de ética e de uma moral duvidosa escancarada.
Numa reunião de pauta, uma única voz discorda do uso do personagem, afirmando que estão defendendo as mesmas ideias dos fascistas com o uso do personagem. Como os números são bons, ela é demitida. O vice-diretor, de olho no cargo de Belini, decide vazar o vídeo do assassinato do cão, causando a demissão de Belini e o afastamento de Mussolini da emissora.
Canaletti, seu principal apoiador, acolhe-o no apartamento da namorada, até que a avó desta, uma personagem tomada pelo Alzheimer, tem um único momento de lucidez, e profere as principais falas do filme, reconhecendo Mussolini e descrevendo todos os horrores que sofreu, por ser judia, e reforçando, que da primeira vez, setenta anos atrás, todos o acharam cômico também. Canaletti convence-se de que ele realmente é Mussolini e também o abandona.
Enfim, Belini, demitida, forja uma história, de que Mussolini foi espancado por defensores da causa dos animais, une-se a ele e partem para a emissora concorrente, num show em que se promove o perdão. O filme termina com Belini e Mussolini desfilando por Roma, em carro aberto, sendo saudados por alguns, no tradicional cumprimento fascista.
Quando disse que a ideia não era original, é porque este foi baseado em um outro filme de 2015 , alemão do diretor David Wnendt, “ Eles está de volta” que trata do ressurgimento do próprio Hitler , 70 anos após sua morte.
Interessante refletir sobre essa ideia, e sentir que mesmo 70 anos não foram suficientes para erradicar tudo de podre e horrível dos pensamentos fascistas, pelo contrário, voltou a se enaltecido e ganhar um grande destaque em algumas midias. Sinto-me triste por fazer uma relação deste filme e nossos tempos atuais no Brasil.