FILHAS DO SOL

2018/ 2h00min 

Drama/Guerra

DIREÇÃO:     Eva Husson

TÍTULO ORIGINAL: Les filles de Soleil       FRANÇA

ELENCO:  Ewan McGregor (Bob Wilton)George Clooney (Lyn Cassady) Jeff Bridges (Bill Django) Kevin Spacey (Larry Hooper) Stephen Lang (Brigadier General Dean Hopgood)

SINOPSE E DETALHES

Bahar é a comandante das Filhas do Sol, um batalhão composto apenas por mulheres curdas que atua ofensivamente na guerra do país. Ela e as suas soldadas estão prestes a entrar na cidade de Gordyene, local onde Bahar foi capturada uma vez no passado. Mathilde é uma jornalista francesa que está acompanhando o batalhão durante o ataque. O encontro entre as duas mulheres, dentro do cenário caótico que as cercam, muda a vida de ambas permanentemente.

ATENÇÃO: A RESENHA CONTÉM SPOILER!!!

A principio este pode parecer um filme feminista. A diretora é uma mulher e faz um filme de guerra onde as guerreiras são mulheres, e tem sua história coberta por uma jornalista mulher, além da enorme quantidade de mulheres na equipe técnica.

                Engana-se quem o vê por este prisma. Após assistir a muitos filmes de guerra, todos contados por homens, me deparo com este, maravilhosamente contado por uma mulher, que , baseadas em fatos reais, seria a única com capacidade para expressar tão bem todos os sentimentos e emoções contidos neste belo filme.

                A história trata do massacre de Sinjar, quando o Estado Islâmico (EI) atacou uma comunidade curda, causando milhares de mortes.

                A estratégia do EI é a seguinte: Matam todos os Homens adultos e mulheres de idade. Sequestram os meninos e os colocam na Escola de Leõezinhos, onde serão treinados para matar. Separam as mulheres e meninas para serem escravas sexuais e vendidas depois para arrecadar mais dinheiro para esta nobre causa.

                Este é o caso da protagonista, Bahar .  Tendo seu marido morto, seu filho sequestrado, foi violentada junto com sua irmã adolescente, que não suportou e suicidou-se. Vendida 4 vezes, por ser “velha” (segundo seu relato os assassinos dão preferência as meninas entre 9 e 11 anos ) , consegue escapar. Ficou sabendo de um exército formado apenas por mulheres e se filiou a eles. Tornou-se a líder, e sua missão era combater o  EI, junto com o exército e forças internacionais.

                Foi respeitada por todos e conduziu o ataque . Acompanhada da única repórter que permaneceu, também mulher, Mathilde.

                Mathilde, aliás foi uma homenagem ao jornalismo  (o que faz o filme estar aqui ) e a duas mulheres correspondentes de guerra, talvez as melhores de todas, homens inclusos. Ambas tiveram filmes já comentados aqui :

Martha Gellhorn : http://jornaldocastillo.com.br/jornal/index.php/2021/02/15/hemingway-gellhorn/

Marie Colvin : http://jornaldocastillo.com.br/jornal/index.php/2021/02/14/uma-guerra-pessoal/

Mathilde assumiu a responsabilidade de contar ao mundo os absurdos e horrores cometidos por esses assassinos, e durante o filme narra os feitos de Bahar.

                Acompanha o ataque de Bahar ao EI, e quando lhe oferecem uma arma , responde que não está lá para isso, sua arma é sua câmera e suas palavras, contar a verdade.

                A diretora mostra as mulheres guerrilheiras e a repórter humanizadas, mulheres na guerra, sensíveis , que choram suas perdas e tem saudades de suas vidas, porém guerreiras, bravas, respeitadas por todos os homens. Até pelo inimigo, que por sua imbecilidade total, acreditam que se forem mortos em batalha por uma mulher, não irão para o paraíso. Bahar se aproveita disso.

                Enfim , um filme sobre guerra, contado por uma mulher com protagonistas mulheres,que conta uma história sobre uma ótica inusitada de um fato absurdo.

                Excelente filme, recomendo muito a todos.

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