ELENCO: João Silvério Trevisan, Aguinaldo Silva, Ney Matogrosso, Leci Brandão
SINOPSE E DETALHES
Nos anos 1960, surgiu nos EUA o jornal Gay Sunshine, uma publicação voltada para o público homossexual. Em 1978, no Brasil, uma iniciativa similar foi criada: o polêmico Lampião da Esquina.
ATENÇÃO: A RESENHA CONTÉM SPOILER!!!
Após a visita de Winston Leyland, editor de uma revista de San Fransisco, a Gay Sunshine, onze pessoas se reuniram e decidiram lançar o primeiro jornal homossexual do Brasil, o Lampião da Esquina.
Eram elas : Darcy Penteado, Adão Costa, Aguinaldo Silva, Antônio Chrysóstomo, Clóvis Marques, Francisco Bittencourt, Gasparino Damata, Jean Claude Bernardet, João Antônio Mascarenhas, João Silvério Trevisan e Peter Fry.
O jornal era mensal e teve 38 edições, sendo publicado de 1978 até 1981.
Livia Perez, a diretora nos conta neste documentário várias histórias deste jornal, tiradas de entrevistas principalmente com Aguinaldo Silva, à época um jornalista policial, hoje autor de novelas da Globo e João Trevisan, escritor e cineasta entre outros.
Impressiona saber que no ano de 1978, ainda sob o regime militar, estas pessoas conseguiram divulgar neste jornal reportagens de e para homossexuais, além de abraçar causas de minorias como os negros e as mulheres.
Nota-se que Aguinaldo Silva era a pessoa mais influente no jornal, por ser o editor, e por muitas vezes bancar do próprio bolso algumas despesas.
O editorial inaugural já dizia à que veio o jornal:
“É preciso dizer não ao gueto e, em consequência, sair dele. O que nos interessa é destruir a imagem-padrão do homossexual, segundo a qual ele é um ser que vive nas sombras, que prefere a noite, que encara sua preferência sexual como uma espécie de maldição”.
Entre narrativas sobre os temas discutidos nos jornais, histórias debochadas , a utilização dos termos da gíria gay, (ou guei, como eles decidiram que seria grafia no jornal) e principalmente do enorme esforço jornalístico de Aguinaldo Silva, para escrever, editar e distribuir o jornal para bancas de todo país, o filme mostra muito de como era o tratamento aos homossexuais na época, e surpreende com o alcance que teve uma publicação da imprensa alternativa, ou nanica, como era chamada na época.
Como eles mesmo diziam, um jornal de viados feito para os viados.
Muitos ensinamentos sobre como se fazer um jornal, e principalmente sobre como conviver com público tratado à época de homossexual, hoje LGBTQIA+.