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POLÍTICA PARTIDÁRIA BRASILEIRA – PARTE 4- CONFUSOS

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POLÍTICA PARTIDÁRIA BRASILEIRA – PARTE 4- CONFUSOS

Devido à enorme quantidade de partidos, foram divididos em grupos para uma melhor analise.

                Começaremos apresentando um quadro com os dados da arrecadação do fundo partidário, e suas representação nas câmaras e no executivo:  governadores, senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores. A coluna % representa a percentagem do total geral de todas as categorias.

                Neste grupo apresentaremos os confusos, assim determinados por não entendermos claramente suas propostas.

Para entender a confusão, comecemos com o PL (PARTIDO LIBERAL) com o número 22.

Fundado em 1985 por Álvaro Valle, que foi seu presidente até 2000, segundo seu site oficial (www.pl.org.br), designado como “O Cavaleiro do Liberalismo Social”. Para não ser extinto por não ter conseguido 5% dos votos em 2002, se fundiu com o PGT (PARTIDO GERAL DOS TRABALHADORES), uma central sindicalista que virou partido, e com o PST (PARTIDO SOCIAL TRABALHISTA) que tentou lançar Silvio Santos a presidente. Em 2006 uma nova fusão ocorreu, desta vez com o PRONA, (Meu nome é Éneas!!!!!!), de Enéas Carneiro, que vendia vagas a quem quisesse ser candidato, e tinha um projeto do Brasil construir sua bomba atômica. Nssa época virou PR e depois voltou a ser o PL

Com a morte de seu fundador, assumiu a presidência o grande político Valdemar da Costa Neto.  Apoiou o governo PT, quando Valdemar da costa Neto renunciou por causa do processo do mensalão, assumindo a culpa sozinho para não contaminar o partido. Voltou a renunciar em 2013 quando foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, segundo ele, “Renunciou para não impor ao Parlamento “mais um constrangimento institucional”.

                Político hábil, utilizou-se da técnica de famosos como puxadores de votos e lançou o grande palhaço “Tiririca, pior do que está, não fica”, campeão de votos e que com isso elegeu vários outros de seu partido. Atenção: Pode ficar pior, sim.

                Mantendo sua coerência política, é aliado de Bolsonaro e como prêmio por esta aliança, recebeu o comando do Banco do Nordeste (BNB) para um nome indicado por ele.

                Vamos ao DEMOCRATAS sob o número 25. Com o fim do regime militar, enfim teríamos uma eleição de um presidente civil. De um lado, pelo MDB, o candidato seria Tancredo Neves. De outro, representando a situação, ou os que apoiaram o regime militar, Paulo Maluf ganhou a concorrência. Órfãos do poder, Marco Maciel, Aureliano Chaves, Antônio Carlos Magalhães, entre outros “filhotes da ditadura” formaram o PFL (PARTIDO DA FRENTE LIBERAL) que em 2007 virou DEMOCRATAS.

                Apoiaram o governo Sarney, tendo Marco Maciel como ministro. Apoiaram o Governo Collor, ainda nas eleições, mesmo com Aureliano Chaves sendo candidato pelo PFL. Apoiaram o governo FHC, sendo Marco Maciel seu vice de 1995-2003, e Antônio Carlos Magalhães, também conhecido como “Toninho Malvadeza” como nome forte durante todo o período. Ficaram no ostracismo durante o governo Lula de quem eram opositores, e retornaram aos holofotes com Rodrigo Maia como presidente da câmara dos deputados. O mesmo Maia que abandonou o partido junto com seu pai César Maia, e retornou novamente junto com papai após desentendimento com Roberto Jefferson, dono do PTB. Recentemente, Maia abandonou o partido novamente, pois o atual presidente Antônio Carlos Magalhães Neto moveu o partido para o nome de Bolsonaro na presidência da câmara, em detrimento ao nome de Maia, mas com isso garantindo a presidência do senado para o DEM.

                Chegaram a mudar seu programa para se adaptar ao Governo FHC. Fidelidade partidária total, que pode se comprovar em seu site (http://dem.org.br/).

                Vamos então ao PODEMOS sob o número 19. A confusão começa quando pesquisamos a origem do partido. Encontramos então que antes de ser PODEMOS, chamou-se PTN (PARTIDO TRABALHISTA NACIONAL) que foi fundado em 1945 , e foi o partido de Jânio Quadros. Porém este foi extinto em 1965. Houve um outro PTN , primeiro Partido Tancredista Nacioonal, que depois mudou o nome para Partido Trabalhista Nacional, fundado pelo folclórico Carlos Imperial. Porém também não é este. O Atual PODEMOS, segundo seu site (www.podemos.org.br) foi fundado em 1985 por Dorival de Abreu. Em 1999, José de Abreu, seu irmão, abandona o PSDB e filia-se ao partido.

Ele é pai de Renata Abreu, atual presidente do partido, e responsável pelo crescimento deste. Conhecida no congresso como “Janeleira “ por aproveitar janelas de transferências de políticos, conseguiu transformar o partido de nanico para o que é hoje, convencendo políticos a mudarem para o seu partido.

                Eleita presidente do partido em 2015, cumpriu a tarefa. Evoluiu de nanico para um partido que possui hoje 8 senadores, sendo que 7 foram eleitos por outro partido. E só não tem 9, porque sofreu com sua própria arma. Romário, senador que havia sido eleito pelo PSB, e havia mudado para o PODEMOS, mudou para o PL.

                Podemos classificar o partido como um clã da família Abreu, e sua presidente como uma excelente cartola de políticos.

                Vamos a outro partido de crescimento meteórico, o PROS (PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL) de número 90.

Seu fundador, Eurípedes Gomes de Macêdo Júnior, era conhecido como  o “Júnior do Sintético”, um cidadão de Planaltina de Goiás proprietário de um campo de futebol de grama sintética Como seu negócio o proporcionava uma certa popularidade, amigos o incentivaram a tornar-se político. Ele pensou, e disse porquê não?

                Passou por PDT, PTN, PSL, PRP, PRTB, até finalmente fundar seu partido em 2010. Seu site (https://pros.org.br) diz:

“Surge no cenário político brasileiro o Partido Republicano da Ordem Social (PROS), uma nova legenda que nasceu da vontade de mudar a forma como a política hoje é desenvolvida no Brasil. “

E comemora como sendo um partido nascido de uma cidade do interior do Brasil, Planaltina de Goiás. Político hábil e pondo em prática sua vontade de mudar a forma como a política é desenvolvida, em 2014 apoiou Dilma na presidência, vários partidos para as eleições de governadores, (alguns, opositores do PT), colocou o partido à disposição de “Júnior Friboi “ , irmão de Joesley e Wesley da JBS, e não dando certo costurou apoio à Marconi Perillo do PSDB.

Continuando sua maneira distinta de encara a política, foi acusado em 2015 de possuir 3 registros diferentes no CPF (cadastro de pessoa física), em 2018 foi alvo de uma ação da PF onde era investigado em ação de combate ao desvio de recursos federais destinados à saúde na prefeitura de Marabá, no Pará e foi considerado fugitivo. Além de ser acusado de utilizar o dinheiro público para a compra de um helicóptero, mansões, um avião bimotor e de contratar funcionários terceirizados por meio de empresas de parentes com o dinheiro público.

Recentemente, em janeiro de 2020 foi indiciado por agressão a filha de 19 anos, em Planaltina de Goiás. Com essa maneira nova de se fazer política, conseguiu trazer para o partido 11 deputados federais e 3 senadores, um deles é Fernando Collor de Melo.

Vamos ao PATRIOTA de número 51. Fundado por Adilson Barroso de Oliveira, seu atual presidente, obteve o registro definitivo em 2012 como PEN (PARTIDO ECOLÓGICO NACIONAL) e em 2017 mudou o nome para PATRIOTA, por causa de uma negociação para a filiação de Jair Bolsonaro para concorrer à presidência de 2018. Após um conflito interno, o Capitão desistiu do partido e escolheu o PSL para concorrer. O partido então resolveu manter o nome, e tentar “arrumar” um novo candidato `a presidência. Não conseguiram convencer o ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, tampouco o astro das cirurgias plásticas, Dr. Rei, filiado ao partido até então. Com todas essas alternativas esgotadas, acabou optando por lançar o Cabo Daciolo como seu candidato à presidência. Em 2014, também havia tentado oferecer o partido para Marina Silva concorrer.

Neste misto de religião, ecologia, Show Businesses da cirurgia, heróis do STF, as últimas notícias contam de novas negociações para a filiação de Jair Bolsonaro.

Poderemos ter então em 2022, uma chapa com o Capitão Jair e o Cabo Daciolo.

Chegamos ao NOVO, de número 30, foi fundado em 2011, por João Amoedo, um rico banqueiro. Com a intenção de uma nova maneira de se fazer política, incentiva apenas cidadãos civis que nunca participaram da política e se filiarem. Tentam mostra que enxergam a política como uma colaboração de seus filiados ao povo, e não como uma profissão. São contra a reeleição e a utilização do dinheiro público. Em seu site: (https://novo.org.br/), apresenta um processo de filiação e formação para futuros candidatos à eleição de 2022.

Começou conseguindo eleger um governador, Zema em Minas Gerais, que tem boa avalição segundo as pesquisas de opinião, e é considerado para ser o candidato a presidência em 2022.

Por outro lado, um de seus filiados, Ricardo Salles, fundador do Movimento Endireita Brasil, que já foi filiado do PFL/DEM, Secretário de Meio Ambiente no governo Alkimin do PSDB, entrou no Novo em 2018, candidatando-se ao cargo de deputado Federal. Não conseguiu se eleger, mas chamou a atenção por incentivar a violência, apoiando inclusive o uso de armas, contra a esquerda e o MST. Com esse histórico, foi convidado e aceitou ser o Ministro do Meio Ambiente do Governo Bolsonaro.

Por não ter consultado o partido antes de aceitar o cargo, foi expulso em maio de 2020.

Há controvérsias sobre o real motivo da expulsão, talvez esta tenha sido motivada pelo conjunto da obra do ministro, mas já serve de alerta para se melhorar o processo de seleção das futuras filiações, pois tão novo, já leva uma mancha.

Chegamos ao Avante, de número 70. Fundado em 1989, como PTdoB  (PARTIDO TRABALHISTA do BRASIL), surgiu de uma dissidência do PTB por discordarem das políticas trabalhistas de Roberto Jefferson.

Uniram-se a eles a direção do PSART (PARTIDO SOCIALISTA AGRÁRIO e RENOVADOR TRABALHISTA) e um grupo vindo do PARTIDO DEMOCRATA CRISTÂO do BRASIL.

Nasceu trabalhista, mas com componentes socialistas, democratas cristãos, com o tempo se diz centrista, nacionalista, enfim, tem para todos os gostos, para quem quiser se filiar, de preferência, políticos de outros partidos que tragam seus cargos.

Em 2006 viraria PR numa fusão com PL, PRONA e PTdo B, mas a maioria dos filiados rejeitou a fusão.

Seu presidente, Luis Henrique Resende, filho de Tibelindo Soares Resende, um dos fundadores do partido. Em 2017, mudou o nome de PTdoB para AVANTE. Seu site (https://avante70.org.br/) .

Vamos ao PRTB (PARTIDO RENOVADOR TRABALHISTA BRASILEIRO) de número 28. Este partido tem um sonho, a presidência da República. Por 3 anos teve o ex-presidente Collor como filiado. Quando este foi eleito, mudou para o PTB. Um dia antes do limite de filiação para se concorrer ao pleito de 2018, filiou-se ao partido o General Mourão. Seria o candidato a presidência, porém acabou sendo o vice da chapa de Bolsonaro. Sim, o vice-presidente do país, é do PRTB, partido sem nenhuma representação nacional.

Mas o partido é famoso por seu eterno presidente: Levy Fidélix e sua campanha pelo Aerotrem.  Levy, é dos poucos que concorreu em todas as eleições desde 2000. Na última eleição municipal em 2020, como Bolsonaro não conseguiu fundar seu partido, vários seguidores que concorreriam ao pleito pelo novo partido, escolheram o PRTB para concorrer, e foram recebidos de braços abertos. O sonho da proximidade com a presidência porém, anda meio atrapalhado pelas constantes discordâncias entre o General Mourão e seu chefe, o Capitão Bolsonaro.

Chegamos enfim ao PMB (PARTIDO DA MULHER BRASILEIRA) de número 35.

Fundado em 2008, por Suêd Haidar Nogueira, ela diz em seu site: www.pmb.or.br :

“ Após anos de militância em causas sociais por todo o Brasil, Suêd Haidar, mulher, negra, mãe e brasileira, inicia uma jornada rumo a realização de um sonho: a criação de um partido político, que garantisse uma maior representação das mulheres no congresso nacional, e em todos os setores da sociedade. “

Oferecendo participações no fundo partidário, em 2015, atraiu vários congressistas, todos homens, inclusive um senador, Hélio José, que em sua filiação enalteceu as mulheres políticas com essa frase:

“O que seria de nós, homens, se não fosse uma mulher para estar do lado, para nos trazer alegria e prazer? “

Conhecido como Hélio Gambiarra, é acusado de abusar sexualmente de sua sobrinha.

Com a atração dos homens, ficou entre os dez maiores partidos em representação. Durou pouco. Em alguns meses, todos se retiraram. Hoje não tem representação na Câmara nem no senado.

Segundo Suêd, o partido não é feminista, mas feminino. Um tanto controverso, é contra o aborto e a descriminalização das drogas.

Com os homens mandando em seu partido, o sonho da mulher política fica cada vez mais longe, ao menos no Partido da Mulher Brasileira.

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